Alguma coisa acontece no meu coração…
E não é apenas, como disse nosso Caetano Veloso, quando cruzo a Ipiranga e a São João, mas quando estou em São Paulo.
E desta vez essa sensação, ou esse sentimento, se misturou com a saudade. Saudade de minha filha Mayara, que de 2015 a julho de 2018 morou em São Paulo e hoje vive em San Francisco, na Califórnia. Mayara me reapresentou ao Itaim Bibi, onde eu ia em meados dos anos 80, quando tinha uma loja de roupas, a Estilo. Depois que Mayara foi embora, estive por outras duas vezes em São Paulo, em agosto e em novembro do ano passado. Em ambas fui rapidamente, com minha filha Nina Rosa, com pouco tempo para explorar os encantos daquela cidade de mil faces, mil cores e muitos caminhos.
Nina Rosa desde dezembro mora em São Paulo e dessa forma, mais uma vez crio uma relação de proximidade com a cidade. Na época em que eu visitava Mayara, circulava muito pela região do Itaim, incursionando por Pinheiros, Vila Olímpia, Vila Madalena, Jardins, Avenida Paulista, Augusta, Consolação e região da Oscar Freire. Estive uma única vez na Água Branca, quando fui com Mayara ao Allianz Parque assistir ao show de James Taylor e Elton John. Claro que andei pela região central, onde estive no Mercado Municipal, CCBB e Pinacoteca. Agora comecei a explorar outros lugares, com Nina estive nos simpáticos e aprazíveis Perdizes, Pompeia e na Vila Romana que é uma espécie de um bairro dentro de outro bairro, a Lapa. Nina mora na Barra Funda, quase em Santa Cecília, o que me levou a explorar a Avenida Angélica, cruzando toda Santa Cecília, Higienópolis e Consolação e desembocando no final da Paulista.
Nas aventuras gastronômicas, conheci a agradável rotisseria, Minha vó fazia, na Vila Romana. Eu e Nina fomos até lá recomendados por uma amiga dela e a indicação valeu a pena. Ao conversarmos com o simpático Roberto, proprietário da casa, descobrimos que uma de suas atendentes é de União da Vitória, e, que ele já havia passado por aqui na época em que prestava consultoria ao Sebrae. Nina já havia me falado do boom da Lapa, que está se transformando num bairro hipster, como Pinheiros e Vila Madalena, com seus bares e Estúdios artísticos, o que foi confirmado por Roberto, que reside lá há 35 anos. Os imóveis estão muito valorizados e o bairro que era uma espécie de recanto com muitos idosos, vai sendo invadido por milhares de jovens. Outra peculiaridade que me chamou a atenção foi o fato de que com a valorização, muitos proprietários estão abrindo seus próprios negócios em suas casas. De qualquer forma o bairro é pra lá de aprazível, com inúmeras padarias e confeitarias, quase todas, com mesas na rua, uma característica ainda pouco verificada em Curitiba. Estive ainda na Casa Godinho, na Líbero Badaró, Centro Histórico da cidade. A Godinho foi inaugurada em 1888, na Praça da Sé e está no atual endereço desde 1924, sendo o primeiro estabelecimento comercial de Sampa a ser declarado patrimônio cultural e imaterial da cidade. Frequentada por Assis Chateaubriand e célebres políticos como Jânio Quadros, a casa tem muito glamour sem, no entanto, ser cara. Semana que vem falo de minhas incursões pela vida cultural da megalópole e da minha intenção, mesmo sem religião, de ir ao Mosteiro de São Bento para assistir a uma missa em latim com cantos gregorianos. É isso.
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