Bandeirinhas, balões e fogueiras: é a festa junina na Arte!
O carnaval e a Festa Junina são as duas mais importantes festas populares da cultura brasileira. E, por conta disso, também são as representações festivas mais recorrentes nas produções dos artistas brasileiros. Vou eleger a top “fogueira”, que aquece as noites do inverno deste lado sul do Equador.
Anita Malfatti (1889-1964), um dos grandes nomes do movimento modernista brasileiro, nunca foi uma artista presa ás técnicas que aprendera ao longo da vida, e nem se rendeu á busca de inovação a todo custo. Sua obra representa a busca de uma pintura livre, de acordo com seus conceitos de liberdade. A partir de 1940 a artista pintou cenas populares, sendo as festas juninas um dos temas de sua predileção.
Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) também esteve á frente da Semana de Arte Moderna de 22. Conhecido como o “pintor das mulatas”, carregava seus personagens festivos de tristeza. Já escrevia Murilo Mendes sobre Di: “…Daí o aspecto triste, às vezes mesmo sinistro, de certos personagens festeiros de seus quadros. Todos nós sabemos que o substrato da alegria brasileira é carregado de tristeza. …”
Não é preciso ser um grande conhecedor de arte para saber que Alfredo Volpi (1896-1988) é o “pintor das bandeirinhas”. Pintor ítalo-brasileiro considerado um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios. Na década de 1950 evoluiu para o abstracionismo geométrico, de que é exemplo a série de bandeiras e mastros de festas juninas.
A autodidata, Djanira da Motta e Silva (1914-1979) , morou em PORTO UNIÃO foi pintora, desenhista, ilustradora, cartazista, cenógrafa e gravadora brasileira. Sobre ela escreveu Jorge Amado: “Djanira traz o Brasil em suas mãos, sua ciência é a do povo, seu saber é esse do coração aberto à paisagem, à cor e ao perfume.”
Além destes magníficos artistas, sito também Heitor dos Prazeres, Guignard e Portinari que também trouxeram a representação em suas obras, fazendo jus aos versos de Carlos Braga e Alberto Ribeiro):
O balão vai subindo, vem caindo a garoa
O céu é tão lindo e a noite é tão boa
São João, São João! Acende a fogueira no meu coração…
Eliziane Schaefer Buch – elizianebuch@gmail.com Licenciada em Artes Visuais pela UNC, pós-graduada em Metodologia da Ação Docente pela UNIUV, pós graduanda em Arteterapia pela Censupeg, bacharel em Ciências Econômicas pela FAE (Curitiba). Membro da Academia de Cultura Precursora da Expressão (ACUPRE), Associação dos Artistas Plásticos Amadeu Bona.
Professora de Arte da SEED Paraná.
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