Demissão
É possível resumir a personalidade de um povo pelo que ele assiste. Uma das frases mais pronunciadas no Brasil, logo pela manhã, é “Não aguento mais todo dia essa Lava Jato”. É verdade. Isso nos fatigou, nos levando a cada despertar às notícias repetitivas. A imprensa brasileira não tem mesmo o que fazer. Deveriam seguir o exemplo da mídia hondurenha e despejar diariamente os “golpes” que se intensificam nas América do Sul e Central.
Tudo começou com o imperador Júlio César, que provavelmente também não tinha o que fazer e, no ano de 59 a.c., bolou a Acta Diuma (não confunda com um certo ser bestial). A publicação era gravada em tábuas de pedra. Expostas em locais públicos, traziam as news sobre manobras militares, crônicas esportivas, obituários, gladiadores que mudavam de sexo, brigas nos bacanais e outros fuxicos.
Por outro lado, essa Acta Diuma deveria dar uma dor de cabeça descomunal. Imagine se os leitores discordassem uns dos outros e resolvessem quebrar o tablóide lítico na cabeça do seu contendor?
Mil e quinhentos anos depois veio Guttenberg e impulsionou a imprensa até os dias atuais (Há quem diga que os chineses já faziam isso muito tempo antes). Só não sei o que ele diria sobre a atual mídia e uma boa parte dos seres que nela habitam. Acho que ia preferir afundar em várias garrafas de Steinhaeger do que formular um única opinião.
A classe política brasileira, desde o mais humilde vereador até os mandatários da sugada nação, anda tão desmoralizada que muitos preferem passar desapercebidos por onde circulam. Está certo, tem os que são discúpulos de Loki – não confunda com lóque – e exercem o cara-de-pauísmo com maestria e destemor.
Tem até um ex-presidente que ao ser confrontado em depoimento fez a terceira melhor coisa que sabe: se passar por vítima. As outras habilidades deste distinto senhor não serão aqui citadas. Pode faltar espaço para completar este texto esmolanbado.
E tem mais: como sempre, a imprensa é culpada pelo “massacre” que esta criatura vem sofrendo há cerca de três anos. Afinal, nunca soube de nada, não conhece os acusados de corrupção na Petrobras, nas empreiteiras e nem mesmo o senador do seu partido que injustamente o dedurou.
Essa imprensa ultrapassou todos os limites. Não deixam o Brasil viver tranquilamente sua excelente estabilidade econômica-política-social. Inventam a cada dia um novo engodo para destruir a imagem destes políticos tão sérios e honestos, que colocam os interesses da nação em primeiro lugar.
Poderíamos pedir a demissão da imprensa. Mas existem pessoas que antes disto clamam pela demissão da classe política. Não seria nada mau. Imagine um Trump às avessas chegando aqui demitindo a turma toda. Seria ótimo. Mas ainda acredito que precisamos demitir junto com eles uma boa parte da população do Brasil.
Eu não ia fazer isto, mas vou dizer sim: as outras “qualidades” do ilustríssimo ex-presidente é roubar e mentir. Nessa ordem. Meu Deus. Estou agindo igual à imprensa de Pindorama.
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Sujou geral em Brasília. A famosa e esperada lista de Janot – até parece algo melodramático como A Lista de Schindler – deixou a politicada em situação de caos. PT, PMDB e PSDB estão com os papéis principais e secundários no rol da ladroagem. Onde isso vai parar, não sabemos. O tempo é nosso inimigo, pois o Zé Povo esquece fácil e ainda por cima gosta de idolatrar quem o ferra diariamente.
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Lula, Dilma, Renan, Aécio, Serra e mais uma cambada agilizam suas defesas jurídicas para mais um festival do famigerado “Não tenho conhecimento algum disto”. Prepare-se.
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