Este foi um ano de antagonismos…
O Receptador Testa de Laranja Mor: – e olhe que quanto mais eu calculava minha despedida menos me via aparecer logo na esquina voltando.
Estatuída dos Critérios: – hahaha é mesmo, eu anotei e comentei e verifiquei e é mesmo. Mesmo mesmo.
O Deputado Púrpuro Alisura em Pessoa: – Perdemos, aliás, vocês perderam a chance.
O Advogado Trustme O Fonador: – e que chance perderam, aliás, vocês.
O Septuagenário Alcunha Pórrida: – eu vivi numa época em que o camarada entrava na linha, a gente olhava pra ele e se ele já não se colocasse no seu lugar era a alegria dos praças. Endireitamos esse país na marra mas é hora de padronizar, organizar, liderar. Oh dita dura minha.
Nenquê: – não me venha de indireta que vou de direita. Aqui é assim ó porrada voadora soco na cara.
Altas Atitudes Baixo Astral: – você é igual você aí. Todos vocês. Qual a diferença entre um bandido vadio, um político corrupto, um sonegador, um puxa saco, e um assassino legalizado?
Umpiteman: – eu sei. Se ele for destro pode fumar, se for canhoto é vagabundo.
Um liberal: – ele pode fazer o que ele quiser, o dinheiro é dele.
Mas a questão é…
Belodia de novembro: – tá vendo essa dancinha? É pra você. Tá vendo? Tá gostando? Ah! eu nasci pra isso. É ótimo. Natural. Sem esforço. Veja como flui. Flui que é uma beleza. Assim. Oi gatinha. Chega mais. Vem cá. Com Belodia não tem tempo ruim. Assim. Relaxa. Tá gostando? Eu sei. Eu sei. Deixa comigo.
Metodico do Melindre: – já vi nego perder com gato e copa. Ganhar com quatro de ouro. Perder de doze na primeira trucada. Passar por baixo da mesa. Virar de 11. Passar vergonha. Levar calote. Cair na valeta. Perder carteira. Achar dinheiro. Ganhar no bicho. Pedir socorro. Ligar pra mãe. Perder relógio. Beijar o asfalto. Sair no soco. Dormir de pé. Morrer. Voltar. Morrer de novo. Assoviar pra bicicleta e ela vir. Mas nunca uma coisa dessas.
O entortável: – olhe que cada giro volta um pouquinho adiante fazendo espiral. Tome essa letra. Tire o som. Pegue essa palavra. Esvazie. Pegue o sentido. Gire. Junte. Por que afinal você estaria aí dentro? Nananão. Você está lá fora da borda do corpo. O outro mesmo que te olha. Aquele olhão que você supõe quando está sozinho. Quem te vê em frente ao espelho? Vou lhe mostrar. Quando você fala comigo eu sou seu ouvido. A vontade que você interpreta naquilo que querem de você. O reflexo do que despreza. O outro. O outro está dentro do corpo. Você fora. Mais um giro. Lá de fora é dentro. Onde dizem há metáfora. Entorta filho, entorta. Pra não ficar assim – torce assim ~ aí gira assim § aí corta no meio assim *.
Nim: (faz o beicinho da aprovação) – tudo é palavra. Inclusive nada.
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