GAME OF THRONES E A LENDA DE AZOR AHAI
***esse texto contém spoilers sobre a sétima temporada de GoT e sobre várias outras e sobre teorias conspiratórias por aí
Eu ia escrever um panorama geral sobre essa última temporada de Game of Thrones.
Eu queria falar sobre essa sétima temporada toda escangalhada, narrativamente simplória, com uma linha temporal esquisita e clichês novelescos. Queria e não queria, porque né, triste Game of Thrones virar isso. Uma temporada segura, sem riscos, sem aquela aura de “qualquer um pode morrer”. Os roteiristas trabalharam todas as catarses possíveis, todos os reencontros emocionantes e fora um dragão de gelo destruindo a Muralha por completo, não teve nada muito incrível. Até porque quando se usa as aparições dos dragões pra salvar o dia em metade dos episódios da temporada, isso acaba ficando meio previsível. Parece aquele tipo de temporada em que a galera quis fazer todas as coisas mais “uau!”. O nome disso é “wowfactor”, e se você usa o tempo todo, nada é muito “uau”. O “wowfactor” é um excelente mecanismo, serve lindamente quando o incêndio acaba na primeira temporada e temos uma Daenerys Targaryen nua e com três bebês dragões. Ou na primeira vez que Dany diz “Dracarys”. Ou no Casamento Vermelho. Ou no primeiro e mais importante, por ser definidor da personalidade da série: a morte de Ned Stark por decapitação.
A ressurreição de Jon Snow já foi um prenúncio do fim. Quando um personagem volta dos mortos – ainda mais esse personagem, o homem branco heterossexual e heróico – você acaba com o risco. Existe alguém que não pode e nem vai morrer, aconteça o que acontecer. E isso é extremamente ruim, porque o personagem em questão é o mais sem graça de toda a série. Isso não é só culpa de roteiro e direção, mas também do ator, Kit Harrington é sofrível ao lado de uma elenco de grandes atores. Seu Jon Snow tem apenas três expressões. E isso dificulta o aceite de Jon como o grande herói que sempre ressurgirá para salvar o mundo.
É claro que isso dele reviver e parecer imortal pode estar ligado a um propósito muito maior e mais surpreendente, conforme algumas teorias, em que Jon morreria pelas mãos de Dany, já que ela seria a princesa prometida e cumpriria a profecia de Azor Ahai. A maioria das pessoas acredita que o próprio Jon é a reencarnação do herói que venceu os caminhantes brancos quando da Longa Noite, com sua espada de Luminífera.
A lenda diz que Azor Ahai fez o grande sacrifício, matando sua esposa NissaNissa com a espada, para que a alma dela se juntasse à espada, forjando assim a espada vermelha, capaz de acabar com a escuridão. Acredita-se que Jon Snow seja o príncipe prometido por ter se confirmado que ele é filho legítimo de Rhaegar Targaryen e Lianna Stark. E quando ele nasceu o pai afirmou que ele seria a reencarnação do herói. Claro que isso poderia ser só o Rhaegar se pirando. Até porque, uma outra corrente diz que a verdadeira reencarnação do lendário Azor Ahai é Daenerys Targaryen, o que sinceramente faz mais sentido dentro da profecia:
“Quando sangra estrela vermelha, e as trevas se reúnem, Azor Ahai deve nascer de novo em meio a fumaça e sal para acordar os dragões de pedra”.
De qualquer modo, o que parece claro é que um dos dois, Jon ou Dany, é quem vai cumprir a profecia. Ainda mais por terem se associado romanticamente (pro meu mais profundo desgosto) no final da sétima temporada. Aguardemos. Com a esperança de que a oitava e última temporada seja menos previsível e narrativamente fraca.
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