Haverá mudança
Há uns dias, a expectativa sobre o Covid-19 era totalmente diferente, pensávamos que no mês de junho, já estaríamos no final de tudo, mas infelizmente, a realidade é bem assustadora, porque com certeza, ainda teremos muito tempo pela frente convivendo com este terrível vírus.
Infelizmente, ele não atinge a todas as pessoas igualmente, por ser um país desigual, os pobres sofrem mais, até na quarentena podemos observar esta diferença, porque ficar isolado em uma mansão, fazendo boas comidas é muito diferente das pessoas, as quais nem conseguem ficar em uma humilde casa, porque vivem com muitos membros da família, em um único cômodo, e há muitas casas geminadas com a do vizinho. Alimento, só o que ganham das pessoas que trabalham nas campanhas solidárias, muitas nem água potável têm, nem álcool em gel, máscara, como comprar se nem dinheiro para o pão, eles têm?
O conselho dado por profissionais da saúde é que devemos ser otimistas, termos bom humor, para aumentarmos a imunidade, mas como, se o tempo de quarentena está se alongando (é necessário), junto a uma crise política e vindo a crise econômica, formam um tripé, que destroem o otimismo de todas as pessoas. É um momento que precisamos de gente forte, mais solidariedade para podermos caminhar com muita segurança e equilíbrio, o qual está faltando agora, agravado por crise política constante, e devido a tudo isso, a angústia cresceu, porque estamos em uma crise fortíssima, e o questionamento das pessoas continua sendo; será que haverá uma melhora de comportamento, de solidariedade, de união, pós-pandemia? Vale a reflexão.
Hoje, há muitas pessoas engajadas em um discurso agressivo, o que atrapalha o bom trabalho na saúde, e aumenta a ansiedade.
Particularmente, algo me tirou o chão quando ouvi, profissionais da saúde, através da mídia que haveria momentos em que, seria necessário escolher a quem dar o respirador, entre um paciente de 60, e outro de 17 anos, quem deveria ser tratado, e com isso, curado da doença. Veio-me à mente, o movimento sobre a eugenia, termo que não está tão distante, inclusive há uma matéria sobre isso no Youtube com o título: “Eugenia não é coisa do passado”.
Se o paciente mais velho morrer está feita a seleção.
Meu desejo é que pós-pandemia a pessoa idosa tenha o mesmo valor que o jovem, porque os dois pertencem à importante classe de seres humanos, que as desigualdades desapareçam, pois em tempos de crise o sofrimento será sempre dos mais fracos. Exemplo disso é o aumento da violência contra a mulher durante o isolamento, com o aumento da tensão, ódio, a agressão é aplicada a quem está mais próximo, porque a pressão na quarentena é ainda maior, quanto mais fragilidade maior é o sofrimento, por isso, otimismo deve ser presente sempre, em nossa vida, e nesta situação a necessidade é maior. Sabemos que uma crise sempre causa reações, as quais são esperadas, pois se repetem cada vez que algo semelhante a uma pandemia acontece.
A primeira reação é a negação, quando alguém aparece dizendo: tudo isso logo vai passar, pois não é nada grave.
A segunda reação é o histérico, aquele que grita aos quatro ventos: o mundo vai acabar todos vamos morrer.
A terceira reação, a pessoa não faz nada. As três reações são improdutivas, porém a quarta reação é a que possui a sensibilidade de conhecer a gravidade da situação, preocupa-se com as pessoas mais humildes, viabiliza campanhas para a arrecadação de alimentos, materiais de higiene, interage com quem pode também fazer parte da equipe de trabalho. Esta reação faz bem à alma. Percebe que se, para ele não está fácil há outros que estão em piores situações. Como exemplo: há muitas pessoas que não puderam voltar para casa e, estão morando dentro do aeroporto, num espaço pequeno dividido com compreensão, crianças e bebês vivendo neste confinamento, as pessoas de rua, os casebres sem nenhuma estrutura. Podemos então, sermos melhores pessoas pós-pandemia, aprender a colocar os interesses coletivos acima de tudo.
Um fato extremamente interessante é que aprendemos que podemos viver com menos, e também podemos analisar se há a necessidade de comprar, questionar-nos qual é a importância de tal produto, na minha vida hoje?
É um tempo para muita reflexão.
Como seremos pós-pandemia?
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