Justiceiros de Plantão
Lendo o Jornal Caiçara, do dia 25 de julho, especialmente a coluna “Informal“ da nossa saudosa, escritora e Precursora da crônica Social, em seus textos e poemas, ela nos passa a intenção da reflexão, assunto que é sempre atual.
Lulu questiona – O que será que Deus faz com as pessoas más? São pensamentos que nos vêm à mente quase que instintivamente.
Aí, a gente olha ao redor, ouve as notícias, e toda a mídia faz questão de ser a primeira a nos repassar os acontecimentos horrendos que estão acontecendo.
Será que quando eu era criança e adolescente havia tanta maldade como hoje? Era mais velada, quem sabe. Mesmo eu sendo criança, ficaria repugnada ao ver dois jovens colocarem gasolina em um filhotinho de gato e queimá-lo vivo. Hoje, quando vi esta postagem, no Face, me aterrorizei, nem consegui assistir, infelizmente não é só com os animais, há idosos apanhando de seus cuidadores, há crianças sendo mortas pelos pais, por ganância, há grandes furtos … A maldade fez morada, veio para ficar. Sêneca já dizia: – “A maldade bebe a maior parte do veneno que produz”. Comparamos, às vezes a maldade do “ser humano” com a das feras, penso que assim pecamos contra estas últimas. Lembrei-me do fato antigo, que aconteceu no campo de futebol, quando uma jovem gritou a palavra “macaco”, referindo-se ao goleiro do Santos, o Aranha. Não gosto de futebol, por isso não acompanho, fiquei sabendo pela mídia que não deu trégua. O ato da moça, foi extremamente valorizado não quero com isso dizer que o ato feito por ela deva passar sem punição. Porém, se formos analisar, há muito crime sendo banalizado e fatos de pequena importância sendo levados à justiça. Parece-me que o mal foi semeado e a semeadura foi e está sendo boa.
Voltemos ao Aranha, ele tem direito de exigir reparação, mas tudo veio abaixo, se formos pesquisar com cuidado, o preconceito faz parte de nossa vida por exemplo se é gordinho- baleia; se é alto – vara; se é loira-galega; muito baixa- tampinha, e assim por diante e muitos tipos de situações.
O ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa também foi comparado a um macaco, não ouvi nenhum protesto nem ouvi tanta balbúrdia. Será que ele não ficou ferido, chocado, com raiva? Fui procurar esse assunto, hoje, para ter certeza, então quem quiser talvez consiga ler e ver a foto.
Acompanhei uma jovem, enquanto se preparava para ser aeromoça, estava tudo certo, ela passou no teste, mas não conseguiu a vaga por ser gordinha. A mídia não veio abaixo, pois ela não é celebridade. Como professora, acompanhei vários alunos e alunas que não conseguiram o cargo pretendido, por algum preconceito. Um aluno até me disse:- Professora, acho que eles não me aceitaram por eu ser pobre e não ter carro. As histórias são reais e tristes.
Voltemos ao caso Aranha, a moça errou, e errou feio, mas reconheceu o erro, pagou o que foi estipulado, isso é justiça, mas me deu medo, porque ela perseguida, perdeu o emprego, a casa foi apedrejada, houve princípio de incêndio(criminoso), não pode voltar para casa por medo de ser linchada. Medo! Medo! Medo! Será que a tolerância deixou de existir?
Na crônica passada publicada neste Jornal eu falei sobre a Intolerância.
Há casos de intolerância de grandes proporções e que foram esquecidos, no minuto seguinte que aconteceu, concordo que preconceito é crime é deve receber punição, mas não da forma que muitos estão sendo castigados pelos “Justiceiros”.
Leave a comment