Outros três amigos e minha única pescaria
Em meados dos anos 80, época em que eu ainda não era membro do emblemático Clube das Terças, fundado em 1979, por um grupo de amigos, que se reunia para jogar voleibol e depois jantar, começamos, eu e um grupo de amigos, jogar vôlei contra o Dasterças e foi então que estreitei minha amizade com Renato Portes e Márcio Monte, que pertenciam ao referido clube.
Nessa época eu era casado com Tereza Ruski, que participava de um lanche vespertino e semanal, do qual também participavam minha hoje mulher, Margarete Sá, Jana Portes, esposa de Renato e Sueli Monte, esposa de Ricardo Monte, irmão de Márcio, entre outras mulheres.
Esporadicamente os homens iam buscar as mulheres e sempre que o lanche era na casa de Renato ou Ricardo eu ia, assim como eles iam na minha, o que se constituiu em mais um motivo para o estreitamento de nossas amizades, o que, efetivamente, se concretizaria quando no final dos anos 80, Miguelzinho Forte é eleito presidente do Clube Concórdia, tendo Márcio em sua vice e eu e Renato na diretoria.
Logo em seguida eu entraria no Dasterças e acabaríamos também compondo um grupo de jantar e assim passamos a nos frequentar, além de sairmos juntos, praticamente, todo final de semana.
Logo em seguida Renato é eleito presidente do Avahi e junto com Márcio, me levam para o clube.
No início dos anos 90 Renato e Jana, Márcio e Nina Rosa viajam para a Europa e na noite anterior ao embarque fazem uma visita à minha casa e em comemoração ao tour dos casais, derrotamos uma garrafa de Royal Salute, adquirida, especialmente, para a ocasião.
Se bem me lembro, em 1992, Renato me convenceu a ir com ele pescar no mar. Digo convenceu porque o ato de pescar, seja no mar ou em rio, represa, ou sei lá onde, não me atrai. Resumo da ópera, depois de falar com o amigo Alceu Schwegler, que tinha um amigo em Brasília que por sua vez possuía uma baleeira e que nos emprestou, com piloteiro, ajudantes e quetais, lá fomos nós pescar no mar da Praia da Enseada em Santa Catarina. A tal baleeira era enorme, eu nem imaginava o que fosse uma baleeira, nem tampouco como chegar a ela, que estava atracada longe da praia, devido ao seu tamanho. Fomos até ela em um barquinho minúsculo, eu Renato e mais três caras que iriam pilotar a tal embarcação. De saída já não gostei do tal barquinho indo lá para o meio do mar, o que me parecia incompatível com o único estilo de natação que conheço, bigorna.
Mas enfim chegamos vivos ao tal barcão e em pouco mais de meia hora lá, com a embarcação subindo e descendo com o balançar frenético das ondas, Renato passou mal e tivemos que abortar a operação.
Isso, creio, eram umas 11 da manhã e fomos para um boteco à beira mar, de onde só saímos no final da tarde, após uma infinidade de porções de camarão, lula e ostra, regadas a caipiras e muita birra,
À noite, ainda fomos jantar em São Francisco e arrematamos com alguns scotchs, marcando nova incursão ao mar na manhã seguinte. Má idéia.
Acordei com uma ressaca homérica e já senti que a coisa não iria acabar bem. Já passei mal no barquinho que levava à baleeira e lá então, nem se fala. Mas resisti heroicamente, até o final da tarde e saímos com uns linguados e sei lá mais que peixes, que Renato faria depois, já em sua casa em Porto União. Foi minha primeira e última pescaria no mar e em qualquer outro lugar.
Cerca de uns dois anos depois, com Renato já morando em Balneário, fomos visitá-lo, eu Mário Patruni e Zico Buch.
Combinamos de nos encontrar em sua padaria as 6 da tarde. Chegando lá, ele nos convidou para pescar. O homem era tarado por pescaria. Respondi de pronto, você deve estar brincando ou enlouqueceu. Esqueceu que quase morri na última vez. Ele disse, desta vez é diferente. Vamos pescar na beira do mar, no Estaleirinho e você só fica olhando e mostrou um isopor com algumas cervejas geladas e mais uma enorme quantidade de tira´gostos. Gostei da idéia. Fomos e não pescamos porcaria nenhuma. A sorte é que ele tinha um freezer recheado em casa e nos preparou um belo jantar.
Tanto Márcio quanto Renato, acabam indo embora de União da Vitória. Márcio hoje reside em Curitiba e Renato, como já narrei,em Balneário Camboriú, com Ricardo ainda residindo aqui. Sempre que nos reencontramos nos lembramos destes momentos únicos, que tornam as amizades eternas.
Leave a comment