Quem vota nulo, vota no vencedor
Uma das grandes notícias falsas circulada na internet é que o voto nulo poderia anular uma eleição. Mas é preciso que todo mundo saiba que, para decretar a vitória de um candidato nas eleições, só os votos válidos interessam. Isto é, os brancos e nulos são excluídos da conta. Às vezes ingenuamente, quem vota nulo acha que está protestando. Mas, na verdade, está votando no vencedor.
Temos visto uma onda de não-votos crescendo em várias eleições recentes. Outubro de 2014. No 2º turno, 30 milhões de brasileiros optaram por não votar para presidente do país.
Outubro de 2016. Eleição municipal. O número de votos no candidato eleito em São Paulo foi menor que a quantidade de pessoas que não compareceram às urnas, ou que votaram em branco ou nulo. Ou seja, o chamado não-voto venceu.
No Rio de Janeiro, no 2º turno da eleição, o cenário foi o mesmo. O prefeito eleito perdeu para a soma de abstenções, brancos e nulos.
Agosto de 2017. Segundo turno das eleições para governador do Amazonas. Quase 50% dos cidadãos deixaram de escolher um dos candidatos.
Junho de 2018. As eleições no Tocantins tiveram o mesmo resultado. O não-voto ficou com 44% dos eleitores.
Nossa insatisfação com a classe política que aí está, tem muita razão de ser. Estamos cansados de votar nos mesmos, ou nos filhos e filhas de quem está aí, ou de políticos que nos criam problemas. Mas abrir mão do voto ajuda justamente a manter no poder quem a gente quer tirar de lá.
Quando o não-voto vence, quem sai perdendo somos todos nós. Que tal fazer o inverso disso? Que tal conhecer candidatos e candidatas? Pesquisar histórico, trabalho e propostas, especialmente da renovação política?
O voto não garante que tudo vai melhorar. Mas não votar, com certeza, ajuda a deixar tudo como está.
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