Questão preferencial.
As horas imperfeitas existem para que as perfeitas possam fluir. Lembro de um e-mail longo e furioso que recebi de um cara que disse que eu não tinha o direito de escrever o que pensava sobre Marx. Alguns jovens poderiam acreditar em mim e não se dariam o trabalho de ler Marx. “Você não tem o direito de tomar essa posição”, dizia. Fiquei estagnado. Não pelo o que o cara me dizia. Mas pela possibilidade quase nula de algum jovem ler o que escrevo.
Nem é a questão de ler o que eu escrevo. Não consigo ver jovens lendo a opinião de alguém, muito menos a minha. Teve um figura – por sinal um cara legal – que me disse que até olhava o que escrevo. Mas só as primeiras frases. “Seu texto é muito comprido!”. Realmente. Umas trinta e poucas linhas no máximo deve ser muito longo mesmo. Somos democráticos ao extremo. Se você não quiser ler o que escrevo pule minha página. Ou a use como papel higiênico.
Existem pessoas que confundem ainda mais as pessoas. Tem aqueles que protestam por qualquer coisa e nunca tomam uma atitude. Há também aqueles que esperneiam por seu Sucrilhos não estar crocante. Gente tança. Deixem a cabeça divagar. Quem se importa?
Às vezes sinto que estou com o tanque cheio disto. Pessoas morrendo de medo do fracasso. Óbvio que acabam fracassando. Uma insegurança ou outra até que passa. Mas viver achando que o universo usa as estrelas para conspirar contra você é demais. Não tenho mais estomago pra isto. São toneladas de besteiras dia após dia.
Conheço um cara que acha o nazismo o máximo. E outro que é fã dos EUA. Quando eu falei para o nazista que era mais fácil eu gostar de música sertaneja (seria a lama do fundo do poço) do que do ultra-nacionalismo que ele idolatrava ouvi muita merda. Mas apenas ouvi. O que eu poderia discutir? Mais fácil fazê-lo acreditar que em Brasília só tem político honesto.
O que é fã dos EUA tem uma particularidade: gosta de música sertaneja. Nunca discuti seu gosto pela Terra do Tio Sam e muito menos aquele barulho que ele ouve. O problema é que ele insiste em querer “conveter” quem esta por perto para o mundo “barulho de gaita empastado com letra de corno”. Um dia me disse no seco:
-Vou colocar um sonzão que você vai ter de curtir. Caso contrário vá pra PQP!
Não tive outra resposta:
– Cara, prefiro ir à PQP!
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