“Só podia ser mulher!”
Nós, brasileiros, possuímos um patrimônio social na história, na política na cultura e, como acontece em todos os países há a multiplicidade de pessoas.
Podemos fazer uma analogia com uma colcha de retalhos, aquela que é confeccionada em comunidades e carrega sua herança em cada pedaço de tecido, a memória social. As mulheres fazem parte da história do Brasil e do mundo, muitas ajudaram a construí-la, e pertencem a numerosas classes sociais, e neste pequeno espaço é impossível mensurar o nome de todas.
Nos tempos em que a mulher nada podia, muitas se passavam por homens como: escritoras, pintoras, matemáticas, militares, poetisas, enfim, em todas as áreas usavam pseudônimos masculinos para mostrar seu trabalho ao mundo.
É grande o universo destas mulheres, e muitos de seus trabalhos e criações ainda nos ajudam atualmente. Infelizmente, o campo das ciências é visto como predominantemente masculino, mas este é apenas um exemplo de área em que as mulheres se destacam há muito tempo. Alguns exemplos de criações e trabalhos delas ao longo da história, na tecnologia, são quatro programadoras que se destacaram no mundo, começando com:
Ada Lovelace, que é considerada a fundadora da ciência da computação, a primeira programadora do mundo, assim como Margaret Hamilton, que foi diretora de engenharia de software, e guiou o voo da missão Apollo 11 levando os primeiros homens à lua. Igualmente, Grace Hopper, que desenvolveu linguagens de programação acessíveis, que usavam palavras e não números para funcionar o computador. Na matemática, foi Joan Clarke, que fez parte da equipe que construiu alguns dos primeiros computadores do mundo. Porém, o maior destaque é de Emmy Noether, que revolucionou as teorias sobre anéis, corpos e álgebra, sendo considerada a criadora da álgebra moderna.
Albert Einstein afirmou que ela foi “a mulher mais importante da história da matemática”.
Sem esquecermos outros nomes, como: Valentina Tereshkova, que em 1963 foi a primeira mulher a ir ao espaço.
Se fizermos uma pesquisa com boa dedicação de tempo, com certeza, o rol de mulheres, que deixaram sua marca na história será imenso, pois ainda há uma infinidade de guerreiras, no sentido amplo da palavra, há ainda aquelas, que silenciosamente deram o protagonismo ao homem, para assegurar a harmonia no lar, e dessas ninguém fala.
A história nos conta que em épocas de guerra os homens saiam para a luta, e neste período as mulheres tomavam à frente de sua aldeia, eram bravamente desafiadas a enfrentarem o inimigo e dar proteção aos filhos e desvalidos.
Podemos relembrar a bela história que conhecemos desde os bancos escolares, da índia da tribo dos tupinambás, Paraguaçu, esposa de Caramuru, o português Diogo Álvares Correia. Após se converter ao catolicismo, recebe o nome de Catarina do Brasil. Ela esteve junto com Caramuru na fundação de Salvador, abrindo igrejas e cuidando de conventos, outra que marcou muito a história do Brasil foi Ana Pimentel Henriques Maldonado, esposa de Martim Afonso de Sousa, pois enquanto o marido estava na missão ela ficou respondendo por seus negócios brasileiros, e foi nesse período que Ana Pimentel deu início ao plantio de cana de açúcar em Cubatão e a criação de gado na Capitania de São Vicente, atual São Paulo.
No Exército Brasileiro, Maria Quitéria, foi a primeira mulher a fazer parte das guerras, disfarçava-se de homem para poder lutar, e participou de várias batalhas, entre elas a Independência do Brasil, recebeu a condecoração da Ordem Imperial do Cruzeiro, pelo Imperador Dom Pedro.
No jornalismo do Brasil também temos uma mulher, a primeira profissional foi Narcisa Amália de Campos.
A paulista Carlota Pereira de Queirós, foi professora, mas depois acabou mudando para medicina. Elegeu-se como a primeira deputada federal do Brasil, quando fez parte das comissões de saúde e educação. É de sua autoria a emenda que cria a casa do jornaleiro e o laboratório de biologia infantil.
Há muito para registrar sobre tão valorosas mulheres, quem não conhece um bote salva-vidas, pois foi feito por uma mulher, e os painéis de energia solar utilizam o trabalho de pesquisa de uma mulher. Há uma mulher por trás da tecnologia do ”WI-FI e GPS”, esta, que em português significa “Sistema de Posicionamento Global”.
Temos grandes feitos registrados ou não, nas páginas de nossa história, de grandes mulheres. Lembrando que em nossas cidades o rol de mulheres que fizeram e fazem a nossa história é imenso. Aqui há apenas uma pequena amostra de que sim, “Só podia ser mulher!”
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