Um pouco da história da cerveja desenvolvida em muitas regiões
A cerveja, uma bebida muito conhecida e inigualável para paladares mais apurados e normalmente servida “estupidamente gelada”, basicamente é o resultante da fermentação alcoólica de extratos cozidos, do cereal maltado (cereal germinado), obtido pela cevada e adição de lúpulo. Detalhando sua formulação mais básica é composta normalmente por 91% de água (de boa qualidade) e o restante pela mistura do próprio malte, cevada, lúpulo e fermento, para fazerem parte de um longo processo de fermentação para posterior engarrafamento ou enlatamento, como queiram.
Não entrando em seus primórdios (feitura rudimentar) nem especificando cronologias, podemos agregar um pouco de registros históricos da cerveja em 1434, na cidade de Weissensee, Turíngia, quando da regulamentação de uma das Leis da Pureza da Cerveja, quando em suas primeiras publicações, o alívio provocado pela adoção do lúpulo, para a fabricação de cerveja em Wirtschftshausregeln “Statuta Thaberna”, art. 12
(www.unet.univie.ac.at/â8612692/Archaonews/texte/980423bier.htm): ou seja, neste regulamento, a cerveja só poderia ser fabricada com a mistura três ingredientes: água, cevada e lúpulo e na época, aos infratores na pureza da produção, seriam penalizados com dois marcos ou sua expulsão da cidade.
Hoje, muito se preserva pela pureza da bebida (raras exceções de ambiciosas indústrias cervejeiras), com adição de outros elementos a exemplo do próprio fermento entre outros para facilitação principalmente da fermentação. Quantas evoluções nos processos de acondicionamentos foram acontecendo semelhanças aos do vinho, desde pipas, barris de madeira até tonéis de metal em aço inoxidável.
As cervejas de muitos povos avançaram rapidamente as fronteiras, dos Egípcios, Sumérios, Russos entre outros, para popularizarem-se principalmente na Europa com a dedicação do povo germânico, aparição do termo (BIER), levando também em outros países, principalmente com suas imigrações.
No Brasil, ocorreu certa demora em popularizar-se, devido os portugueses temerem a perda da venda de seu principal filão (o vinho), porem nos tempos de D. João VI, com a colônia inglesa que importava a bebida da Europa somente próximo da época da proclamação da república (1889), apareceram registros das primeiras indústrias cervejeiras nacionais a produzirem em certa escala, marcas como: Logos, Guarda Velha, Gabel, Vesosso, Stampa, Olinda, Leal, Rosa, entre outras em maiores instalações industriais do ramo, a exemplo da “Manufactura de Cerveja Brahma” (1.888) do suíço Joseph Villiger no Rio de Janeiro, onde suas indústrias expandiram-se por muitas outras cidades do país como: São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Pelotas, Passo Fundo e Caxias do Sul.
Ainda destacando registros anteriores (antes da Proclamação da República), de cervejarias no Rio Grande do Sul de 1845, em São Leopoldo com a exportação de apenas 290 dúzias de cervejas além da existência naquela década, de outras cinco notórias pequenas indústrias deste setor (1858). Para se ter uma idéia mais precisa da importância proporcionada pelos imigrantes que influenciaram a evolução deste e outros setores, cito apenas um exemplo proporcionado com a vinda da família de Sebastião Ruschel, o qual nasceu em Mühfeld, Rio Mosela, casou-se em 1829 com Maria Mayer e chegaram ao Brasil em 1846, com seus sete filhos e três filhas. Fixaram-se primeiramente em Linha Feliz diversificando-se no decorrer seus negócios, para somente em 1872 mudar-se para Estrela, onde com seus filhos, fundaram naquele mesmo ano (1872) a famosa Cervejaria Estrela, posteriormente administrada por Pedro Ruschel, oferecendo outras marcas como Polar, Casco Escuro, Polar Export, entre outras e em 1960, passou a ser controlada pela Cia. Antártica Paulista no Rio Grande do Sul.
Finalizando, nos dias de hoje, sejam quais forem às muitas marcas preferidas, produzidas por grandes ou pequenas indústrias, não esquecendo também de significativas produções caseiras de cervejas e presentes em nossa região, o que conta também, além da satisfação e frescor, os muitos momentos comemorativos para especial saudação – “saúde” para todos! (Alguns dados históricos do livro: “Cerveja!” de Arno Müller).
Antonio FM Budal -Reg. Mte: 10877/PR
Leave a comment