Um Trump, por favor
Pessoas não se repetem, com exceção dos tiranos. Em uma noite de maio em 1940, um trem especial com carros especiais, puxado por duas locomotivas, deslizou até um desvio em Hannover. De lá se dirigiu até a aldeia de Rodert, próxima à divisa da Bélgica. Esse trem incomum, maciço, escuro e reluzente, era um dos instrumentos impressionantes do Terceiro Reich. Feito do melhor aço alemão, tinha como codinome “Amerika”. Hitler desembarcou e com ele sua numerosa comitiva. Ao som amortecido da artilharia distante, o fuhrer comunica a seus comandados que “A ofensiva contra as potências ocidentais começou”. Alguns dias antes, Winston Churchill chegava ao cargo de primeiro-ministro britânico.
Esse é um brevíssimo resumo de mais um relato do excelente livro de John Lukacs, O duelo Churchill x Hitler. A sedutora narração desvenda episódios primordiais para o epílogo da II Guerra Mundial, cinco anos depois. Foram oitenta dias em que fica esclarecido que por alguns momentos, Hitler substimou a capacidade de Churchill. Isso foi fatal. Deveria ter dado a devida importância para seu inimigo desde aquela madrugada de primavera quando estavam perto da fronteiras das Ardennes. O círculo lacrou.
Donald Trump, o presidente empossado (foi eleito e não eleito) dos EUA é adorado e desprezado. Seus discursos improváveis e sua habilidade em chamar a atenção no Twiter dão a tônica de seu reinado. Peripécias e idiotices permeiam seus dias e cada vez mais prendem a imprensa e seus consumidores ávidos por mais um estouro envolvendo o homem do cabelo ridículo.
Indubitavelmente, Trump será cada vez mais atacado. E quanto mais isso acontecer, maiores serão as respostas no estilo “o mundo que se exploda”. Mas rememore que ele apenas quer o melhor para seu país. Seu governo é embasado nesse fundamento.
E como não poderia deixar de ser, ele é visto por muitos líderes como um falastrão que se calará em breve. No Brasil, a esquerdalha fala da intolerância do americano. Sobre o sectarismo vomitado pela vermelhada, nada mais temos a dizer da hipocrisia vertente em todos os seus discursos. Não esqueça da inflexibilidade com quem pensa ao contrário de suas doutrinas sociopatas. Os déspotas e seus seguidores são sempre marcados pelos mesmos atos e consequências. Já os que tentam diminuir o “inimigo” não percebem que colocam a corda nos próprios pescoços. Nunca subjulgue um fanfarrão inclemente quando esse ser é presidente da maior potência mundial e anda de mãos dadas com outros totalitários mussolínicos. Estaremos próximos de uma nova Guerra Fria? A história – a verdadeira, e não a reescrita pelos impostores – escancara a verdade cortante. Pensando um pouco mais, quem dera aparecesse um Trump para ser presidente do Brasil.
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Estamos na Dark Timeline do filme De Volta para o Futuro? No festejado episódio II dos anos oitenta, o cientista maluco Emmett Brown mostra um jornal (USA Today) para Martin Mcfly em que Trump é eleito presidente dos EUA no futuro. Isso só aconteceu por causa de um acidente com a máquina do tempo – um DeLorean – e levou nosso mundo a um 2015 alternativo, mergulhado em sombras e fúria. Se soubermos que algum produtor pretende fazer um filme futurista no Brasil, garanto que usurparemos o roteiro para uma averiguação. Todo cuidado é pouco. O brasileiro já esgotou sua cota de cretinice nas eleições presidenciais.
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Morte de Teori Zavaski pode ter sido apenas uma fatalidade. O problema é acreditar nisso.
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