Hussein responde…
Como Líder do Governo na Assembleia, quais têm
sido os maiores desafios?
Sem dúvida nenhuma, esse é o meu maior desafio em mais de 30 anos de vida pública. Pela Liderança, passam todos os projetos do Governo encaminhados à Assembleia e todas as propostas dos deputados que, de uma forma ou de outra, podem interferir no dia a dia do Executivo. Além disso, tenho a função de ser a ponte dos parlamentares com o Palácio Iguaçu e preciso muitas vezes atuar como mediador. Afinal, são 45 deputados na base aliada e cada um tem opiniões diferentes, visões de mundo distintas. Então, tem sido um desafio enorme todos os dias.
Como o senhor avalia as ações de enfrentamento ao novo coronavírus no Estado. As ações têm dado resultado?
O Governador Ratinho Junior foi muito feliz na
escolha que fez em colocar o secretário Beto Preto à frente da Saúde do Paraná.
Ele é médico e foi prefeito de Apucarana com grande aprovação e, portanto, une
os aspectos técnico e político. As medidas contra o coronavírus são reavaliadas
dia a dia, porque a ciência ainda está conhecendo a doença. Mas o trabalho tem sido
muito bem feito. O próprio Ministério da Saúde elencou Curitiba como a primeira
grande capital que, considerando o índice de incidência de casos por 1 milhão
de habitantes e a capacidade de assistência hospitalar, poderia, em tese, optar
por um distanciamento social seletivo. E, na economia, o Governo anunciou
medidas de liberação de crédito barato a empresas e trabalhadores bem como
socorro financeiro à população em vulnerabilidade social.
Desemprego e queda da arrecadação provavelmente
serão as próximas consequências do coronavírus. O que os municípios do
Paraná podem esperar? O Estado terá condições de socorrer as cidades do
interior?
A situação é bastante difícil. Para se ter uma
ideia, a estimativa de perda de receita do Estado passa de R$ 3 bilhões. Por
isso, o Governador tem mantido contanto constante com a nossa bancada federal,
porque, da mesma forma que as prefeituras vão precisar do apoio do Estado, o
Estado também terá de se socorrer da ajuda da União. O prefeito Darlan Scalco,
presidente da Associação dos Municípios do Paraná, tem participado de todas as
discussões envolvendo o coronavírus em Curitiba nesse sentido, numa
demonstração do caráter municipalista do Governo Ratinho Junior desde o
primeiro dia do mandato. Pode ter certeza que, neste momento de crise do coronavírus,
não será diferente.
Em 2019 a Assembleia aprovou um reajuste
salarial parcelado até 2022 para os servidores. Essa questão está resolvida ou
existe risco de novo impasse quando chegar a data-base?
É preciso ressaltar que foi o Governador, Ratinho Junior, quem descongelou a data-base dos servidores, que estavam sem reposição salarial há quatro anos. Ele foi ao limite financeiro para garantir esse direito do funcionalismo, mas sem comprometer o caixa do Estado. Agora, com a crise provocada pelo coronavírus, a data-base deste ano terá de ser avaliada com a devida cautela que o momento exige.
Além destas questões do coronavírus e dos servidores, que outros grandes desafios o Governo terá pela frente neste ano e nos próximos?
O Paraná tem uma situação financeira estável, é o maior produtor de alimentos por metro quadrado do mundo, tem um dos principais portos do país. Portanto, nosso potencial é enorme e precisa ser otimizado. Para isso, é preciso dotar todas as regiões do Estado da infraestrutura necessária para o Paraná crescer, se desenvolver e, assim, gerar emprego e renda à população. Há R$ 350 milhões reservados para a confecção de projetos executivos de grandes obras, que sairão do papel ao longo deste mandato e, certamente, colocarão o Paraná em outro patamar no médio prazo.
O ano de 2020 é ano eleitoral e, apesar de ser eleição municipal, os deputados acabam se envolvendo. Qual o impacto disso no andamento das matérias na Assembleia?
Numa situação normal, evidentemente, que
impactaria no dia a dia dos trabalhos da Casa, já que alguns deputados devem
ser candidatos a prefeito e os demais estarão presentes nos municípios apoiando
este ou aquele nome. Mas, em virtude do coronavírus, não sabemos se a eleição
será mantida para outubro. Fala-se em transferir para novembro. Então, ainda é
preciso esperar a decisão da Justiça Eleitoral.
Como será o apoio político nas eleições, do Governador e, do senhor como Líder,
nas principais cidades do Paraná? A começar por Curitiba.
Em Curitiba, o Governador tem ótima relação com o prefeito Rafael Greca. Ao
mesmo tempo, há outros dois aliados pré-candidatos ao cargo: o deputado
Delegado Francischini e o secretário Ney Leprevost. No momento certo, essa
discussão vai acontecer e o caminho sempre será o bem da população da nossa
capital. Quanto a mim, defendo que o PSD tenha candidatura própria a prefeito
sempre que for possível, inclusive nas cidades que eu represento. Entendo que
somos hoje o partido mais forte do Estado e com quadros capacitados e alinhados
ao projeto do Governador, para fazermos do Paraná o Estado mais moderno e
inovador do Brasil.
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